quinta-feira, 27 de maio de 2010

Apresentando... Leroy Amêndola, o sanfoneiro


Demorou, mas finalmente eu vou ter a honra de falar um pouco sobre esse grandioso profissional da música, o nosso mais querido sanfoneiro Leroy Amêndola.


Nascido em 26 de abril de 1942 na cidade de Avaré - SP, o músico, compositor e arranjador Leroy Amêndola aos sete anos de idade foi considerado pela crítica o menor acordeonista do Brasil, pois já se apresentava nas rádios de São Paulo e tinha programa exclusivo na rádio clube de Sorocaba.

Aperfeiçoou-se no conservatório musical “João Baptista Julião” durante quatro anos.

Em 1978 foi agraciado com o 5º. Lugar, como compositor, no Festival Nacional do Choro realizado pela TV Bandeirantes, tendo sua música gravada em LP pela gravadora “BAND”.

Participou do programa “Alegria do Choro” levado ao ar pela TV Cultura de São Paulo e ainda do programa “Bem Brasil” como acordeonista do conjunto “Isaias e Chorões” também pela Cultura.

Participou de uma “Tournée” pela Bélgica, França e Espanha, como acordeonista do conjunto “Trovadores Urbanos” de São Paulo, Capital.

Apresentou-se no Memorial da América Latina como solista do espetáculo “As muitas Histórias do Tango e do Choro” com direção do apresentador Júlio Lerner.

Foi homenageado pela “Câmara Municipal de Sorocaba” recebendo Votos de Congratulações pelos serviços prestados na área da cultura musical de Sorocaba, São Paulo.

Atualmente é integrante do grupo “3 por Acauso”, do grupo “Sai da Frente” e também faz parte do espetáculo teatral musical “O Auto do Amor Caipira” como acordeonista, compositor e diretor musical.


Nem é preciso dizer do prazer imenso que sentimos em ter ao lado essa pessoa tão cheia de alegria e talento, mas com certeza, é preciso dizer o quanto ele nos ensina em matéria de música e de vida.

Somos mais do que uma cia. de artes cênicas, mais do que músicos e atores, somos uma família completa, do tipo que sente orgulho de estar ao lado de alguém como Leroy Amêndola.

Hellen

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Integrantes da Gil Vicente em caricaturas

Toda a equipe da cia. Gil Vicente vai ter sua caricatura em exposição no teatro Municipal "Otávio Moraes Moreno" (Avaré -SP). Já há algum tempo a sala de exposições de caricaturas foi inaugurada no teatro Municipal, retratando com muito humor alguns dos artistas avareenses. Músicos, artistas plásticos, artesãos, escritores, atores e dançarinos fazem parte do painel,embora ainda faltem muitos outros artistas a serem caricaturados.

Nosso ator, diretor e atual secretário da cultura da cidade de Avaré, Gilson Câmara, os músicos da cia. Leroy Amêndola, Kléber Silveira e Maria Fernanda, assim como o técnico de luz Zé legal já haviam sido retratados, porém - olhá só a sacanagem! - esqueceram-se de nós!Pobres atrizes e atores da Gil Vicente. Meses se passaram e nada... até que um dia... recebemos a feliz notícia de que havíamos sido lembradas!! (rs)

Portanto, não tão bonitas(os) como somos pessoalmente (rs), estaremos por anos e anos com os nossos rostihos estampados em folhas de desenho à disposição de quem tiver a curiosidade de conferir o belíssimo trabalho dos cartunistas e caricaturistas avareenses Flávio de Oliveira, Xavier e Beto Almeida.

Não há nenhuma previsão de quando as obras estarão prontas, mas tenham a certeza de que elas serão publicadas nesse blog. E enquanto a nossa não chega, não custa nada babar pela pose e charme do sanfoneiro Leroy Amêndola em caricatura feita por Xavier.

Hellen

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"O Auto do Amor caipira" - Da pesquisa à construção do espetáculo

 
Quem hoje assiste ao espetáculo musical “O Auto do Amor Caipira” e permite encantar-se e divertir-se com seus personagens, sua música, poesia e dramaturgia não imagina a grande pesquisa realizada antes de tudo isso estar nos palcos.

   Enganam-se aqueles que resumem a arte cênica à simples memorização do texto e sua interpretação. Ao contrário, decorar e interpretar são os últimos passos da realização de um espetáculo. E aliás, seria muito fácil e pouco interessante se fosse apenas isso, a magia está em construir sobre o palco novos mundos, novas culturas e novas pessoas, e isso tudo seria impossível sem uma pesquisa aprofundada.

   Para a construção do atual espetáculo, diretor, músicos e atores dedicaram-se à pesquisa folclórica extraindo dela tradições e crenças que hoje são o tema predominante da peça. A cultura caipira, os santos católicos e até mesmo a origem do beijo também compõem os estudos pré-espetáculo. A pesquisa musical, no entanto, foi a mais interessante e rica já que, são usadas em cena músicas de importantes compositores brasileiros como Oswaldo Santiago e Benedito Lacerda que juntos compuseram a música “Pedro, Antônio e João” com a qual o espetáculo tem início.

   Outros nomes importantes da música e da cultura popular como Hermínio Bello de Carvalho, um dos maiores conhecedores da MPB; Lamartine Babo, que está entre os mais importantes compositores populares do Brasil; João Pernambuco; Luiz Gonzaga; Catulo da Paixão Cearense; Elpídio dos Santos; Antônio Nóbrega, um grande pesquisador da cultura popular brasileira além de ator e músico e Amacio Mazzaropi também compõem essa importante pesquisa.

   O espetáculo também conta com duas músicas originais, “O Santo” e “O casório” com letra do ator e diretor Gilson Câmara e melodia de Leroy Amêndola.
A construção da dramaturgia foi baseada nas técnicas de improvisação de Viola Spolin, onde as atrizes recebiam uma proposta de cena e com base nisso criavam personagens, textos e situações improvisadas que acabaram servindo como esboço para a criação do texto.

   Como não poderia ser diferente, bons alicerces resultam em um trabalho com estrutura para permanecer anos na estrada realizando grandes apresentações e se aperfeiçoando com o passar do tempo.
Talvez esse seja o grande motivo de “O auto do Amor Caipira” estar conquistando cada vez mais público, mais prêmios em festivais e se expandindo pelo estado.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Apresentando... José Eduardo de Paula, o Zé Legal!


José Eduardo de Paula, mais conhecido como Zé Legal, aos 43 anos conta com grandes histórias em seu currículo.

Descobriu o mundo das Artes Cênicas no ano de 1989 quando cursou teatro com Paulo Drumonnd. Essa figura, sempre presente no teatro avareense, já foi líder estudantil, presidente da Associação dos Estudantes Secundaristas de Avaré e presidente do Centro Cívico Estudantil no fim do período do regime militar.

 No ano de 1997, quando trabalhava no extinto colégio CEFAN, atuou pela primeira vez como técnico de luz no espetáculo “A História de Avaré” à convite de Marines Benine. Neste mesmo ano, recebeu um convite do então secretário da cultura Cardia Júnior para trabalhar no Teatro Municipal de Avaré “Dr. Otávio Morales Moreno” como técnico de iluminação.

José Eduardo também apresentou durante dois anos o programa “Violas do Brasil” na rádio Avaré AM, e após esse período permaneceu um ano à frente do programa “Manhãs Brasileira” na rádio Cidadania AM.

Essa lenda viva do teatro de Avaré ainda nos surpreendeu quando passou a escrever seus poemas e causos abordando temas caipiras. Para quem não sabe, duas de suas poesias e um causo, já foram publicadas no “Suplemento Poético” do Centro Literário Anita Ferreira de Maria, um jornal local que tem como objetivo divulgar as obras dos poetas avareenses.

Para encerrar essa breve biografia do “tal” do Zé (com todo o respeito e carinho...), não poderia deixar de registrar uma resposta muito interessante e grandiosa dita por essa figura quando Wandi Doratiotto, apresentador e músico do extinto programa “Bem Brasil” da TV Cultura lhe fez a seguinte pergunta: “Por que ser técnico?” E Zé Legal, que faz jus ao seu apelido, respondeu: “ Sou muito tímido pra ficar no palco e inquieto de mais para ficar na platéia, então me escondo lá em cima, na técnica.”

Mas não é bem assim, José Eduardo não se esconde, muito pelo contrário, ele quer se fazer ouvir e talvez por isso escreva tão bem seus poemas e causos, entenda tão bem os fatos e a arte, queira tão bem os amigos e seja tão querido por todos nós.

E VIVA O ZÉ!! 



Hellen

E o Zé virou poeta...


Fim de Tarde
(José Eduardo de Paula – Zé Legal - Técnico de Iluminação da cia. Gil Vicente)


Morre a tarde, o sol se descamba na morraria

Um lusco fusco alaranjado
Faz arder em chamas
Meu coração quase poeta

O ocaso espiando a natureza
Desenha silhuetas em pardo noturno

O sol dorme atrás da montanha
Fazendo acordar
Vaga-lumes e fantasmas

Eu, do alpendre
Fico em pensamentos vagos
Esperando a aparição da lua

A boca da noite
Beija a brisa da minha alma
Então, adormeço

A noite acaricia meus sonhos,
Para em repouso,
Renascer junto ao sol.



Cena Rural
(José Eduardo de Paula – Zé Legal)


Na hora do Ângelus reses
Ruminam um finzinho de tarde
No poente ao longe no horizonte
O sol se apóia na copa de um cambará

No nascente, entre arco-íris
E nuvens, alguma coisa
Como que chuva

No brejo, junto ao chiqueiro
Saracuras três potes fazem
A última algazarra do dia

Pombas rolas e garças
Se aninham numa restinga
Bandos de chupin do brejo
Fecham os olhos do dia

A noite dorme em silêncio...