segunda-feira, 10 de maio de 2010

E o Zé virou poeta...


Fim de Tarde
(José Eduardo de Paula – Zé Legal - Técnico de Iluminação da cia. Gil Vicente)


Morre a tarde, o sol se descamba na morraria

Um lusco fusco alaranjado
Faz arder em chamas
Meu coração quase poeta

O ocaso espiando a natureza
Desenha silhuetas em pardo noturno

O sol dorme atrás da montanha
Fazendo acordar
Vaga-lumes e fantasmas

Eu, do alpendre
Fico em pensamentos vagos
Esperando a aparição da lua

A boca da noite
Beija a brisa da minha alma
Então, adormeço

A noite acaricia meus sonhos,
Para em repouso,
Renascer junto ao sol.



Cena Rural
(José Eduardo de Paula – Zé Legal)


Na hora do Ângelus reses
Ruminam um finzinho de tarde
No poente ao longe no horizonte
O sol se apóia na copa de um cambará

No nascente, entre arco-íris
E nuvens, alguma coisa
Como que chuva

No brejo, junto ao chiqueiro
Saracuras três potes fazem
A última algazarra do dia

Pombas rolas e garças
Se aninham numa restinga
Bandos de chupin do brejo
Fecham os olhos do dia

A noite dorme em silêncio...
 

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